_ _    _ _____  ___   __                       
 __      _(_) | _(_)___ / ( _ ) / /_   ___ ___  _ __ ___  
 \ \ /\ / / | |/ / | |_ \ / _ \| '_ \ / __/ _ \| '_ ` _ \ 
  \ V  V /| |   <| |___) | (_) | (_) | (_| (_) | | | | | |
   \_/\_/ |_|_|\_\_|____/ \___/ \___(_)___\___/|_| |_| |_|

Várzea do Carmo

No mundo de hoje, Várzea do Carmo tornou-se um tema de interesse constante para pessoas de todas as idades e estilos de vida. Com o avanço da tecnologia e da globalização, Várzea do Carmo tornou-se cada vez mais relevante na sociedade. Desde as suas origens até ao presente, Várzea do Carmo teve um impacto significativo na forma como as pessoas se relacionam umas com as outras, como funcionam no local de trabalho e até mesmo na forma como percebem o mundo ao seu redor. Este artigo tem como objetivo explorar detalhadamente a importância de Várzea do Carmo hoje e sua influência em diferentes aspectos da vida diária.
A Várzea do Carmo pintada por Arnaud Pallière

Várzea do Carmo era a denominação de uma das zonas centrais da cidade de São Paulo, adjacente ao Convento do Carmo e freqüentemente atingida pelas cheias do rio Tamanduateí, inicialmente conhecido como Piratininga. Em 1821, o Major de Engenheiros Pedro Arbues Moreira apresentou ao governo uma proposta de desaguamento da Várzea do Carmo, com a abertura de um canal de 40 palmos de largura. Por ser uma obra muito cara não foi executada. Durante a presidência do Padre Dr. Vicente Pires da Mota foram feitas muitas melhoras no local, entre elas a mudança no curso do rio Tamanduateí. Na administração dos presidentes João Teodoro Xavier e João Alfredo Correia de Oliveira, foram realizadas várias obras com o objetivo de preservar o local das inundações.

O saneamento integral e a recuperação da Várzea do Carmo foi um processo lento. Após a canalização do rio, que só foi concluída na segunda década do século XX, o topônimo caiu em desuso e, hoje a zona é - grosso modo - equivalente ao Parque Dom Pedro II.

Na Várzea do Carmo, em São Paulo, em 14 de abril de 1895, foi realizada uma partida de futebol entre ingleses e anglo-brasileiros, formados pelos funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Essa é considerada a primeira partida de futebol do país. O amistoso terminou em 4 a 2, com vitória do São Paulo Railway.

A Companhia da Várzea do Carmo

A Companhia Mêcanica, que havia efetuado grande parte da canalização do rio Tamanduateí, recebeu a proposta da Prefeitura para realizar a urbanização da Várzea. Tratava-se de executar o projeto então elaborado para o parque. Como o Tesouro Municipal não dispunha de recursos, o prefeito Washington Luís Pereira de Sousa propôs que o serviço fosse pago com os terrenos remanescentes, que pertenciam ao Município. A Companhia Mecânica, por ser uma poderosa organização empreiteira, não achou vantajosa essa troca de terras por serviços e desistiu.

O prefeito tinha como secretário o Sr. Antônio Almeida Braga, que se propôs a conseguir os recursos necessários para a urbanização por meio de uma companhia a ser construída. Assim surgiu a Companhia da Várzea do Carmo, que tinha como presidente o Visconde de Moraes. Para o Conselho Fiscal foi nomeado o engenheiro Ricardo Severo da Fonseca e Costa, sócio do escritório de Engenharia e Construções Ramos de Azevedo. Os escritórios dessa nova Companhia ficavam no prédio do Banco Português do Brasil, na rua XV de Novembro.

Em 1921 o canal do Tamanduateí foi concluído, junto com o ajardinamento da área, atraindo multidões à procura de trabalho. Dois anos depois o serviço estava completamente terminado e teve início a venda de lotes, que eram em média de duzentos metros quadrados com sete metros de frente. Os dois maiores lotes foram adquiridos pela Prefeitura para a construção do Mercado Central (atual Mercado Municipal de São Paulo).

Com os trabalhos de urbanização do parque e canalização do rio, mudava-se o leito antigo para transformar-se na rua 25 de Março. Ali existia um movimentado porto, com grandes e rústicos armazéns. Dessa extinta atividade restou a denominação Ladeira Porto Geral. Também desapareceram os portos do Tamaduateí, denominados Beco das Barbas, na atual Ladeira Porto Geral, da Figueira, na foz do Anhangabaú; da Tabatinguera, diante da rua de mesmo nome. Já o rio estava difícil de navegar devido aos bancos de areia, entulhos e aguapés.

História

Antes de se tornar o Parque Dom. Pedro II, toda região era denominada Várzea do Carmo, várzea por ser uma área que se inunda pelas cheias do rio Tamanduateí e rio do Carmo , este que se encontrava próximo a igreja do Carmo, que também nomeava a ladeira e ponte ao final dela ( região hoje conhecida como Avenida Rangel Pestana). O rio Tamanduateí teve por anos suas margens utilizadas para banhos, pelas lavadeiras e também para o despejo de lixos. As recorrentes enchentes se tonaram um problema para a população, pois foi responsável por trazer doenças às pessoas, por conta da insalubridade da Várzea. Com a intenção de resolver este problema, em 1810, uma vala foi construída no centro da Várzea para barrar os alagamentos.

Em 1822, ao visitar a cidade de São Paulo o botânico francês Auguste Saint-Hilaire, caracterizou a Várzea de Carmo como uma “planície sem acidentes que apresenta uma encantadora alternativa de pastagens rasteiras e de capões de mato pouco elevados nas partes em que há mais água, o solo é entremeado de montículos cobertos de espessos tufos de relva.” e o rio Tamanduateí como quem ia serpenteando a região com suas sete voltas. Beco das sete voltas era denominada essa pequena parte que margeava o rio. em uma das setes voltas ficava o Porto Geral, que recebeu esse nome por ser o mais movimentado dos portos do rio. Eles duraram até 1849, quando se iniciaram obras para a retificação do rio. O Beco virou uma rua, que hoje é conhecida por 25 de março.

No fim do século XIX, a obra ganhou força para ser terminada. João Theodoro, em sua gestão, com o objetivo de transformar o rio em uma reta, especialmente na região do Brás e Luz, realizou a canalização da primeira parte do rio. Ainda, Theodoro foi responsável por colocar jardins e projetar a Ilha dos Amores, o que o transformou como um dos primeiros urbanistas do país. Em 1890, além de tentar encontrar novas soluções para as enchentes que ainda atingiam a população, o poder público discutia um plano de "embelezamento" da Várzea do Carmo.

Para que uma decisão fosse tomada, pelo executivo paulistano, sobre a situação das enchentes, foram 30 anos de discussões e debates. Em 1910, então, foi decido erguer um parque, onde participariam a iniciativa privada, o poder público municipal e estadual. Ideia que foi aprovada em 1914 e entregue a população em 1922. Assim, deixa de existir a Várzea do Carmo e surge o Parque Dom. Pedro II que se torna um dos mais importantes espaços públicos de São Paulo, por conter grande variedade de árvores. Em 1924, considerando a ideia do poder paulistano e a importância de transformar a região, foi contemplado o Palácio das Industrias.

Com o crescimento demográfico e econômico da cidade, na década de 30, a maioria das construções dos tempos coloniais e do império foram destruídas e a cidade foi deixando de possuir característica "europeia". Além disso, nesse período surge o Plano das Avenidas que mudaria totalmente a estrutura do parque.

A primeira proposta voltada para à cidade de São Paulo foi feita pelo engenheiro Prestes Maia que, ao se tornar prefeito em 1938, começou a executar seu plano. A principal característica de sua ideia era a tentativa de fazer uma "cópia" das metrópoles americanas, e ter uma política voltada para o transporte rodoviário.

O parque sofreu intervenções e teve sua estrutura alterado, no final dos anos 50, como a pavimentação da Avenida do Estado no trajeto do Tamanduateí, a criação de cinco viadutos e diversas outras obras. A propósito, a concepção da Avenida do Estado, foi o marco para o início da degradação do parque. A estação do metrô Pedro II, o terminal de ônibus, surgido em 1971, e outras ideias do poder público, foram de gradando e destruindo o espaço do parque, que resultou no que temos hoje: apenas um espaço de transição e não mais de interação com a cidade.

Referências

  1. Futebol na Rede História do Futebol - Futebol do Sul do Brasil. Acessado em 16/04/2010.
  2. John Mills (2005). Charles Miller: O Pai do Futebol Brasileiro. : Panda Books 
  3. JAL & GUAL 2004, pp. 12
  4. Futebol brasileiro completa 120 anos da 1° partida Folha de S.Paulo - acessado em 13 de abril de 2015
  5. a b Herculano, Felipe A. (2 de setembro de 2013). «De Várzea do Carmo a Parque Dom Pedro II». SAMPA HISTÓRICA. Consultado em 26 de abril de 2017 
  6. Abrahão de Oliveira, Abrahão (8 de setembro de 2015). «Um espaço verde abandonado - A história do Parque D. Predo II». São Paulo in foco. Consultado em 26 de abril de 2017 
Bibliografia
  • AMARAL, Antonio Barreto do - Dicionário de História de São Paulo. São Paulo: Coleção Paulística, Vol. XIX; 1980.
  • BRUNO, Ernani da Silva - História e tradições da Cidade de São Paulo. São Paulo: Hucitec; PMSP/SMC, 1984.
  • FERREIRA, Barros - O Nobre e Antigo Bairro da Sé. Série História dos Bairros de São Paulo.
  • JAL & GUAL - A história do futebol no Brasil através do cartum; Bom Texto Editora, 2004 - ISBN 85-87723-49-9